Toda forma de arte tem seu valor. E quando a obra é criada para expressar algum sentimento, repleta de significados, para mim ganha um valor ainda maior.
Nesse caso, a obra criada pelo artista chinês Ai Weiwei em Berlim foi mais uma tentativa de chamar a atenção do mundo para os refugiados do Oriente Médio que enfrentam o mar todos os dias em busca de uma nova vida, isenta de guerra.
O artista reuniu cerca de 14 mil coletes salva-vidas abandonados na ilha grega de Lesbos, porta de entrada da maioria dos imigrantes, e cobriu temporariamente as colunas da fachada da famosa Konzerthaus (ou sala de concertos) da capital alemã, que na ocasião seria palco de um importante festival mundial, o Cinema for Peace (ou Cinema pela paz).
Vale lembrar que na edição deste ano a organização do Festival de Cinema de Berlim tratou sobre a crise dos refugiados, sendo o drama das pessoas em fuga das guerras, opressão e miséria, tema de diversos filmes.
A frase do diretor do festival, Dieter Kosslick, merece ser compartilhada: “Temos que confrontar a realidade que nos cerca e não apenas sorrir no tapete vermelho”. Concordo!
Cada salva-vida representa a vida de um homem, de uma mulher ou de uma criança que está só começando em um novo país. A intenção do artista é mesmo atrair todos os olhares e fazer o mundo debater o grande problema do êxodo e suas vítimas, uma triste e delicada situação que faz parte da história recente dos países europeus.
Ainda existem milhares de coletes na Grécia apontando o enorme número de refugiados….
A arte tem mesmo a capacidade de ativar a consciência coletiva e aproximar as pessoas de uma nova realidade, colocando em pauta problemas e situações atuais.
Fotos: Oliver Lang / Konzerthaus Berlin
Fonte: http://www.designboom.com