Muito além de complementar a decoração, os tapetes são peças que transformam o visual de um cômodo, mas é preciso saber escolher o tapete ideal para cada decoração. Acrescentar personalidade e beleza, definir espaços, proporcionar conforto e contribuir para a acústica e a sensação térmica são algumas das funções da peça no décor. Saber escolhê-los é uma tarefa importante para que a peça possa se destacar, mas sem roubar a cena da forma errada.
Diversos fatores devem ser levados em conta antes de tomar tal decisão: medidas, materiais, local onde será colocado, custo, cores, estampas…ufa! “É vital estabelecer o modelo que mais harmoniza com o ambiente e com o estilo de vida dos moradores, além de trazer bem-estar e praticidade na utilização e a manutenção do dia a dia”, explica a arquiteta Patricia Penna, à frente do escritório Patricia Penna Arquitetura e Design. “Não abro mão do tapete e costumo dizer que sua especificação conduz toda a linha do décor”, acrescenta.
Para ajudar a eleger o tapete ideal para a sua casa, Patricia Penna e a equipe de profissionais do seu escritório reuniram cinco dicas fundamentais. Confira a seguir:
1) Medidas e mais medidas para cada ambiente da residência da casa:
O proceso tem início com a definição do lugar do cômodo que receberá o tapete. Logo após, é o momento de seguir orientações que visam o encaixe perfeito com o mobiliário.
No living, o tamanho do sofá e o formato da planta são pontos referenciais para a escolha. Além de estimar as dimensões da área de cobertura, o tapete deve ser expandido por uma distância de 25cm embaixo do sofá e permitir o avanço para, pelo menos, metade do comprimento de estantes e poltronas. “Calcular essas ‘sobras permite que a peça não se enrole nos pés de moradores e visitantes, além de preservar a durabilidade e a estética”, aconselha João Paulo Duque, arquiteto do escritório Patricia Penna Arquitetura e Design.
Passando para a sala de jantar, a principal recomendação é haja uma sobra de 0,70m a 1m, além das dimensões da mesa, para a movimentação das cadeiras. Mais uma vez é essencial observar o formato do ambiente para eleger o modelo certo do tapete. “Se a sala for retangular, procure um tapete com o mesmo formato. Se, ao contrário, o espaço for quadrado, ele deve seguir a proporção e o desenho da sala”, explica a arquiteta.
No quarto, a arquitetura de interiores promoveu uma mudança ao longo dos anos: sai os formatos retangulares, posicionados nas laterais da cama, para dar lugar à amplitude dos tapetes, que ocupem o espaço embaixo do móvel. Seguindo essa tendência, a referência para um resultado harmonioso é não deixar que o tapete alcance a parede da cabeceira. “Nosso cálculo é que o comprimento cubra cerca de 2/3 do colchão e ultrapasse os pés da cama em, aproximadamente, 60 cm”, conta o arquiteto João Paulo Duque.
Se a ideia for trazer um tapete para o lavabo, a sugestão do escritório é escolher por um material de fácil manutenção. Com relação às medidas, tudo dependerá do espaço disponível, mas a condição é acompanhar a parte frontal da bancada.
2) Definir ambientes integrados:
Tendência nos projetos, a integração entre os ambientes tem o tapete como um aliado para as definições dos espaços. Entre as salas de estar e de jantar, cor e estampa das peças devem acompanhar o estilo planejado no projeto.
Uma peça pode apresentar mais personalidade, enquanto a outra pode seguir por um perfil mais neutro e sóbrio. Nessa equação, a dinâmica é sempre lembrar que o tapete entra na decoração por dois caminhos: ou o profissional o elege como uma peça neutra ou como ponto de destaque.
Também na integração, as dimensões também são muito importantes. Moradores e o responsável pelo projeto precisam ter o objetivo bastante claro. Por um lado, ela pode acontecer pela conexão completa dos ambientes – aspecto reforçado ou não pelo layout – ou com a ideia de ter os cômodos separados por suas características próprias, mas dentro do mesmo espaço. “Em qualquer das alternativas, o equilíbrio e o diálogo entre as peças devem estar presentes”, diz Patricia.
3) Cores e estampas:
Algumas diferenças na arquitetura de interiores direcionam a definição do tapete, que deve estar alinhadas às funções que exercerá no espaço. Por isso, é preciso direcionar se a peça será coadjuvante ou a estrela na decoração. A regra básica do equilíbrio propõe que um tapete estampado requer um estofado liso e vice-versa.
Estampas com grafismos, listras, florais e padrões irregulares tiram o décor da mesmice e se destacam em um local de tons neutros.
Dentro desse raciocínio, ainda surge uma pergunta: nas decorações mais ousadas é possível usar tapetes de cores e materiais diferentes em um mesmo ambiente? “Claro! Podemos compor a combinação entre um tapete oriental tradicional com outro modelo liso e oriental em um tom vibrante e, mesmo assim, atingir o equilíbrio”, enfatiza o arquiteto. Uma dica interessante é procurar itens que tenham pontos em comum, criando uma sensação de continuidade entre eles.
4) Materiais:
O mercado oferece uma extensa variedade de materiais como a viscose, lã, seda, couro, vinil, sisal, juta, pele, kilim e o aubusson, entre outros.
Cada um coleciona pontos positivos e negativos que precisam ser levados em consideração antes de bater o martelo. O kilim, produzido feito de lã ou seda, é apropriado para áreas internas, já o de fibra pode ser posicionado também na parte externa.
Nas residências com crianças ou pets, o ideal é escolher modelos mais resistentes e de fácil manutenção. Em linhas gerais, tapetes sem fios naturais são mais duráveis. “O sintético é, sem dúvida, o modelo mais adequado para situações corriqueiras de casa como líquidos derramados, pois possibilita a limpeza de uma forma bem prática”, relaciona João.
Se o desejo for pela sofisticação, materiais como aubusson, pele ou seda, são os mais indicados. Este último é clássico e traz tons neutros, medalhão central e flores, combinando com um décor mais elegante.
5) Cuidados na manutenção:
O tapete precisa de cuidados redobrados na hora da manutenção. Visando a durabilidade, a recomendação é sempre optar por empresas especializadas para a realização da limpeza profunda, pelo menos uma vez por ano. “Superficialmente, porém, todos os modelos, independente do material, permitem o uso do aspirador de pós duas vezes por semana”, finaliza Patricia.
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